[...] Mais império menos império, mais faraó menos faraó, será tudo um vastíssimo cemitério, cacos, cinzas e pó. Compreende-se. Lá para o ano três mil e tal. E o nosso sofrimento para que serviu afinal? António Gedeão, Poema do Alegre Desespero |
"O país vive mal. O 25 de Abril é esperança traída. Dizê-lo é dizer um lugar-comum: uma coisa que todos sabem, mas que, por tão sabida, esquecem. Estamos na cauda da Europa. Temos dois milhões de pobres. O desemprego alastra. A juventude emigra. A Cultura transformou-se em indústria. E a política e os políticos desacreditam-se:vendem gato por lebre. Mas todos nós somos 'políticos', cidadãos responsáveis pela 'pólis', pela cidade. Desistindo, entregramos a chave ao bandido. Portugal é um país adiado, para a maioria que sofre o neo-liberalismo selvagem; para a minoria que nos explora, ainda é um grande negócio."
Manuel Poppe, em entrevista ao Jornal de Notícias, 13 de Dezembro de 2007 |
Diplomata de carreira, o escritor Manuel Poppe, cuja actividade literária é tão variada que seria impossível incluí-la aqui, escreve aos domingos, no Jornal de Notícias, a coluna “O Outro Lado” e publicou, recentemente, a peça de teatro “Pedro I”. |
Falar de Manuel Poppe não é fácil. A sua obra é de tal modo vasta e diversificada que me contenta deixar dois pequenos apontamentos:
1. Ler as palavras de Manuel Poppe em "O Outro Lado", é obrigatório nas minhas manhãs de domingo. É com incansável lucidez que trava a sua luta em prol da cultura e da educação. Muitas vezes amargo, desiludido, com a situação do País, mas ainda acreditando que vale a pena lutar. É, para mim, um exemplo, uma referência.
2. Nas suas obras (Pássaros de Vidro; Os Amantes Voluntários; A Mulher Nua; A Aranha; A Tragédia de Manuel Laranjeira; Um Inverno em Marraquexe; Memórias, José Régio e Outros Escritores; Sombras em Telavive; etc.), o Teatro tem grande expressão. Publicou, agora, mais uma peça: "Pedro I".
O autor confessa, na entrevista acima, o seu fascínio pela figura de D. Pedro I - Um homem de excessos que "amou e viveu exaltadamente. Foi um apaixonado delicado e um justiceiro impiedoso. Um rei bom e um rei temido", capaz de amar, sem medo de se dar, expondo-se, arriscando, desafiando...
O melhor é mesmo ler a peça e conhecer melhor Manuel Poppe. E os outros livros dele... Manuel Poppe tem sempre algo de novo e de essencial para nos dar.
"O desenvolvimento sem valores nem dignidade pode gerar abundância, mas dificilmente trará felicidade."
José Luís Ramos Pinheiro, citado no Jornal de Notícias, 5/DEZ/2007 | "O problema das máscaras é a sua força assimiladora, a sua capacidade para absorverem o rosto que sob elas se oculta até ao ponto de o histrião acabar por se confundir com ela e sob ela restar apenas o vazio (de personalidade ou, no caso da política, de ideias, hoje inteiramente substituídas por interesses)."
Manuel António Pina, in Jornal de Notícias 5/DEZ/2007 |
* Outros BLOGUES onde estou...
* MEMÓRIAS
* RECANTOS
* BLOGUES COM "EDUCAÇÃO"
* Ecos
* Movimento dos Professores Revoltados
* Movimento Mobilização e Unidade dos Professores
* Não calarei a minha voz... até que o teclado se rompa
* Paideia:reflectir sobre Educação
* Sem Rede
* IMPRENSA
* Expresso
* Público
* Visão
* OUTROS BLOGUES
* Murcon
* SÍTIOS
* Arquivo Maria de Lourdes Pintasilgo
* G.A.I.A.
* ANTERO – ONTEM, HOJE E AM...
* POMPEIA: A vida petrifica...
* JOSÉ CARDOSO PIRES: UM ES...
* PELA VIA FRANCÍGENA, NO T...
* CHILE: O mundo dos índios...
* NUNCA MAIS LHE CHAMEM DRÁ...
* ARTUR SEMEDO: Actor, galã...
* COMO SE PÔDE DERRUBAR O I...
* CRISE TRAZ CUNHALISMO DE ...
* O CÓDIGO SECRETO DA CAPEL...
* O VOO MELANCÓLICO DO MELR...
* Explicação do "Impeachmen...
* OS PALACETES TORNAM-SE ÚT...
* Tudo o que queria era um ...
* 1974 - DIVÓRCIO JÁ! Exigi...
* Continuará a Terra a gira...
* SETEMBRO
* Por entre os pingos da ch...
* Não há vacina para a memó...
* Um pobre e precioso segre...