Sábado, 22 de Dezembro de 2007

Natal 2007 * Ano 2008

A MINHA MENSAGEM DE NATAL
 

[...]

Mais império menos império,
mais faraó menos faraó,
será tudo um vastíssimo cemitério,
cacos, cinzas e pó.
 
Compreende-se.
Lá para o ano três mil e tal.
 
E o nosso sofrimento para que serviu afinal?
 
António Gedeão,
Poema do Alegre Desespero

 
 
O nosso mundo está a viver, quer queiramos quer não, um período revolucionário da trajectória da Humanidade. Enfrenta, dolorosamente, desafios nunca sonhados. É hora de parar e reflectir.
 
Independentemente das religiões professadas, a maior parte do mundo ocidental festeja o Natal. Mas o Natal não pode resumir-se aos presentes, às ruas iluminadas, ao bacalhau, às rabanadas e ao bolo-rei... ou a qualquer outra tradição.
 
Por acaso pensamos no que estamos a festejar? Todos dirão: o nascimento de Jesus Cristo. Só que o nascimento dum homem bom [ou do Filho de Deus, se preferirem ] deve, acima de tudo, levar-nos a reflectir na mensagem que deixou. Longe de estar ultrapassada, ela indica o caminho a seguir, HOJE, se queremos sobreviver no nosso planeta.
 
Afinal, como têm vivido os homens: uns com os outros ou uns contra os outros?
 
Começamos por descobrir que as palavras de ordem da sociedade dominante, a sociedade ocidental baseada na competição, conduzem a colectividade humana à catástrofe. O futuro é, hoje, ditado pelos banqueiros. Para resolver os seus problemas, as nossas sociedades recorrem a um processo que crêem mágico: o CRESCIMENTO. Consumamos sempre mais e tudo correrá da melhor maneira. As consequências dessa visão estão debaixo dos nossos olhos: uma Terra maltratada, onde sobressaem graves desequilíbrios ambientais e um esgotamento dos recursos; sociedades profundamente desiguais, ilustrativas da injustiça e da exploração de homens por outros homens. 
 
Jesus Cristo [como mais tarde, Francisco de Assis e também, à sua maneira, os seguidores do Budismo e do Socialismo (o autêntico) e muitos outros, que é impossível  identificar aqui], ousou dizer não ao dinheiro, ao egoísmo, ao poder, à violência, à guerra; ousou dizer sim ao amor, ao respeito pelo próximo, à ideia de que o Homem habita um Universo comum, que com ele forma um todo e de cuja harmonia depende a sua sobrevivência.

 

 
Esta é a preciosa herança que Cristo nos legou. A que talvez valha a pena seguir para bem de nós todos.
 
Os tempos vão sombrios... O futuro?....... ??????????????
 
 
Para todos:
 
UM  BOM  NATAL! 
UM  2008 MAIS  JUSTO  E  SOLIDÁRIO!
Fonte: Ensaio sobre a Pobreza de Albert Jacquard
 
publicado por Elisabete às 19:39
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Sexta-feira, 21 de Dezembro de 2007

"PEDRO I", o rei do excesso

"O país vive mal. O 25 de Abril é esperança traída. Dizê-lo é dizer um lugar-comum: uma coisa que todos sabem, mas que, por tão sabida, esquecem. Estamos na cauda da Europa. Temos dois milhões de pobres. O desemprego alastra. A juventude emigra. A Cultura transformou-se em indústria. E a política e os políticos desacreditam-se:vendem gato por lebre. Mas todos nós somos 'políticos', cidadãos responsáveis pela 'pólis', pela cidade. Desistindo, entregramos a chave ao bandido. Portugal é um país adiado, para a maioria que sofre o neo-liberalismo selvagem; para a minoria que nos explora, ainda é um grande negócio."

 

 

Manuel Poppe,

em entrevista ao Jornal de Notícias,

13 de Dezembro de 2007

 

 

 

Diplomata de carreira, o escritor Manuel Poppe, cuja actividade literária é tão variada que seria impossível incluí-la aqui, escreve aos domingos, no Jornal de Notícias, a coluna “O Outro Lado” e publicou, recentemente, a peça de teatro “Pedro I”.

 

Falar de Manuel Poppe não é fácil. A sua obra é de tal modo vasta e diversificada que me contenta deixar dois pequenos apontamentos:

 

1. Ler  as palavras de Manuel Poppe em "O Outro Lado", é obrigatório nas minhas manhãs de domingo. É com incansável lucidez que trava a sua luta em prol da cultura e da educação. Muitas vezes amargo, desiludido, com a situação do País, mas ainda acreditando que vale a pena lutar. É, para mim, um exemplo, uma referência.

 

 2. Nas suas obras (Pássaros de Vidro;  Os Amantes Voluntários; A Mulher Nua; A Aranha; A Tragédia de Manuel Laranjeira; Um Inverno em Marraquexe; Memórias, José Régio e Outros Escritores; Sombras em Telavive; etc.), o Teatro tem grande expressão. Publicou, agora, mais uma peça: "Pedro I".

 

O autor confessa, na entrevista acima, o seu fascínio pela figura de D. Pedro I - Um homem de excessos que "amou e viveu exaltadamente. Foi um apaixonado delicado e um justiceiro impiedoso. Um rei bom e um rei temido", capaz de amar, sem medo de se dar, expondo-se, arriscando, desafiando...

O melhor é mesmo ler a peça e conhecer melhor Manuel Poppe. E os outros livros dele... Manuel Poppe tem sempre algo de novo e de essencial para nos dar.

 

 

     

publicado por Elisabete às 08:54
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Quarta-feira, 5 de Dezembro de 2007

PARA REFLECTIR...

 

"O desenvolvimento sem valores nem dignidade pode gerar abundância, mas dificilmente trará felicidade."

 

José Luís Ramos Pinheiro,

citado no Jornal de Notícias,

  5/DEZ/2007

  "O problema das máscaras é a sua força assimiladora, a sua capacidade para absorverem o rosto que sob elas se oculta até ao ponto de o histrião acabar por se confundir com ela e sob ela restar apenas o vazio (de personalidade ou, no caso da política, de ideias, hoje inteiramente substituídas por interesses)."

 

Manuel António Pina, 

in Jornal de Notícias

5/DEZ/2007 

publicado por Elisabete às 22:46
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