A 1 de Junho de 1928, chegava ao fim a "mão inglesa". Os portugueses passavam a conduzir pela direita e o Diário de Notícias ajudou a promover a mudança.
O título era esclarecedor: "PELA DIREITA!", em letras maiúsculas para sobressair numa primeira página em que se noticiava que "Portugal venceu a Jugo-Eslávia" por 2-1" e que o presidente da República estava de visita a Viseu. Mas naquele 30 de Maio de 1928, apesar de passarem dois dias sobre o segundo aniversário do golpe militar que acabou com a Primeira República, não era de política que se falava, e sim de condução. Portugal desistia de guiar à inglesa e seguia o exemplo do resto da Europa continental, adoptando a condução pelo lado direito. Apesar do esforço de divulgação pelas autoridades, a confusão estava instalada entre quem tinha automóvel e que a partir de 1 de Junho teria de conduzir pelo lado oposto. Assim, o jornal decidiu intervir, colocando tabuletas nas estradas. Como se escreveu na altura, "o Diário de Notícias, cumprindo sempre a sua função de grande jornal moderno, não podia alhear-se de tão momentoso assunto e com a coadjuvação valiosíssima da Vaccum Oil Company, essa grande organização industrial americana que assombra o mundo pelo inédito dos seus processos de reclamo, resolveu dedicar ao problema a sua atenção e, apesar do grande dispêndio que isso lhe traz, espalhar por Portugal inteiro grandes placards anunciadores das novas disposições oficiais de trânsito". A Vaccum Oil Company seria mais tarde integrada na Mobil.
Faixas, tabuletas, placards. Tudo para alertar que se passava a conduzir do lado direito da estrada. Passados mais de oitenta anos, as ilhas britânicas resistem na opção pela esquerda e, com Malta e Chipre, ex-colónias inglesas, são as excepções na Europa. No resto do mundo, é também em antigas zonas do Império Britânico que persiste a velha regra, sobretudo na África Oriental, na Ásia do Sul e na Oceânia. Em Moçambique também se conduz pela chamada mão inglesa. Sempre foi assim, porque é a regra nos países com que faz fronteira. Nessa antiga colónia portuguesa no Índico, a campanha do Diário de Notícias de 1928 nunca chegou a ser necessária.
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