
Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob as montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este braço
que é uma arma de dois gumes amor e ódio
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração.
António Ramos Rosa
De fernanda a 23 de Julho de 2008 às 23:40
Maravilhoso
Não deixe passar...há apenas uma vida.
Não perca o amor, mergulha como se não houvesse outra chance. <
Quebre as amarras que te prendem ao cais.
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De Anónimo a 23 de Julho de 2008 às 23:47
Passei por Petrarca e por Cesário, demorei-me em Degas, pintor impressionista, para dançar um balllet branco com pernas de cisne; passeei pela Apúlia para ver uma menina que sonhou SER, como outras meninas, indiferente às batotas do destino; entrei no Pérola da Avenida onde casou a minha prima Céu com o Caseiro; respirei o cheiro da maresia, observei o novelo do nevoeiro,revi quadros humanos de pescadores trágicos de mar e de faina e pensei" Não posso adiar o amor para outro século/ Não posso", Elisabete. Por isso aqui estou. Beijo
De Anónimo a 24 de Julho de 2008 às 00:01
Apesar de ... deixei para o outro século, e a dúvida começa a me incomodar.
Mesmo assim estou aqui...na esperança de que me convençam que ainda há tempo a rever.
De Ibel a 24 de Julho de 2008 às 01:19
O segundo anónimo é Ibel. O terceiro, pelo estilo trevido, penso que sei de quem é, mas prefiro não arriscar. Mais um beijinho, querida amiga.
De Clara a 24 de Julho de 2008 às 03:06
Anónimo ou anónima , não importa, melhor não adiar o amor para outro século. Desejaria mesmo poder convencer a quem fosse a não perder tempo. Por fim nos arrependemos do que deixamos de fazer de facto, talvez este seja o maior pecado nesta existência. Já brotaram muitos massacres por conta de religião, ou crenças, mas este é ainda maior, este pessoal. Temer a vida em sua plenitude. Vá arrisque com tudo no desconhecido. Beijos a Elisabete.
Para os comentadores anónimos/as ou identificados/as, as palavras do "mestre" Pablo Neruda:
Morre lentamente...
quem evita uma paixão e seu redemoinhos de emoções
justamente as que resgatam o brilho dos olhos e os corações aos tropeços
Morre lentamente...
quem não arrisca o certo pelo incerto
para ir atrás dum sonho
Um abraço e sejam felizes!
P.S. Ibel, já está a fazer falta. Continuação de boas férias!
De Ibel a 25 de Julho de 2008 às 20:18
Já voltei, querida amiga! Gostei do que escreveu sobre o Pablo Neruda. Fez-me pensar...
De Cristina a 26 de Julho de 2008 às 01:49
Minha doce Elisabete...esse tema é mesmo para nos colocar a pensar.beijos querida
Pensar e agir, queridas amigas.
Abraços
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