1934
Criadas em 1932, as marchas de Lisboa tornavam-se um exemplo do que o regime queria - distrair o povo. Mas a tradição pegou.
Em Fevereiro de 1934, o Presidente da República, Óscar Carmona, inaugurara o bairro económico da Ajuda. O Sporting tinha ganho o Campeonato de Lisboa. No final de Maio, a Sociedade de Geografia acolhera o I Congresso da União Nacional, num desfile de discursos elogiosos a Salazar. Uma semana antes de esta fotografia ter sido tirada, cerca de trinta mil pessoas assistiram ao despiste do corredor Henrique Lehrfeld ao volante do seu Bugatti, no Parque Eduardo VII, onde, na noite de 11 de Junho, se deu o concurso das marchas populares, criado por Leitão de Barros, homem próximo de António Ferro, responsável pelo Secretariado da Propaganda Nacional, e adepto destas "distrações" para entreter o povo.
"As marchas começaram a concentrar-se no Pavilhão de Festas às 22 horas e só minutos depois da meia-noite a primeira, a do Bairro Alto, subiu ao estrado para exibir as suas danças e cantares", lia-se no DN do dia seguinte. Outros tempos, em que as edições dos jornais fechavam madrugada dentro. O suficiente para o repórter ainda no local para relatar que "às três horas de hoje sempre perante enorme multidão de espectadores surgia a marcha de Alcântara. A penúltima a utilizar os dez minutos da exibição". A marcha de Sete Rios (na foto), apesar de "levar a palma no despertar do agrado público", não conquistou nenhum lugar cimeiro. "O 1º prémio, que é uma linda caravela de prata, foi atribuído à marcha de Alfama."
No próximo sábado, noite de Santo António, o cenário não deverá muito diferente. Em 2014, oitenta anos depois deste relato, foi também de Alfama, a marcha vencedora.
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